Quando alguém deseja melhorar sua concentração para tarefas difíceis, pode recorrer a estratégias como o uso de aplicativos de bloqueio de internet ou uma playlist para aumentar a produtividade. Uma nova pesquisa sugere, no entanto, que fazer uma pausa rápida e brincar com seu cachorro pode ser uma solução melhor.
De acordo com artigo da Inc., pessoas relataram, em diversos estudos, se sentirem mais calmas, amigáveis e relaxadas depois de acariciar ou brincar com um cão. O que, contudo, se passa em seus cérebros para justificar isso?
Para chegar a esta resposta, uma pesquisa da Universidade Konkuk, na Coreia do Sul, e publicada na revista PLOS One, recrutou 30 voluntários para a tarefa não muito árdua de caminhar, escovar e brincar com um poodle de 4 anos chamado Aro.
Em vez de perguntar aos participantes como o tempo que passaram com Aro os afetou, como em estudos anteriores, os pesquisadores monitoraram ativamente as ondas cerebrais dos participantes.
Como resultado, os cientistas descobriram que algumas atividades relacionadas aos cães, como caminhar juntos em um parque, fizeram com que as ondas cerebrais alfa dos participantes se fortalecessem, o que indica um estado de relaxamento. Outras, como brincar com um brinquedo que faz barulho ou escovar os dentes, foram associadas ao aumento das ondas beta, indicando maior concentração calma. Assim como em estudos anteriores, os participantes também disseram aos pesquisadores que se sentiram mais calmos e felizes depois de interagirem com o cão.
De acordo com o autor do estudo, Onyoo Yoo, isso significa que é possível que as pessoas selecionem atividades específicas relacionadas a animais de estimação para atingirem o estado cerebral que desejam.
“Este estudo demonstrou que atividades específicas dos cães podem ativar um relaxamento mais forte, estabilidade emocional, atenção, concentração e criatividade, facilitando o aumento da atividade cerebral”, disse Yoo à NBC News.
A pesquisa traz, ainda, uma lição mais profunda sobre a natureza da concentração e como melhorá-la, para amantes de cães ou aqueles que não gostam tanto assim dos animais.
Enquanto é natural pensar na concentração como um exercício de pura força de vontade mental, os psicólogos afirmam que melhorar o foco muitas vezes tem menos a ver com forçar-se a suportar e mais com trabalhar com as necessidades naturais de estimulação e variedade do cérebro.
“Os pesquisadores descobriram que nossos cérebros tendem a ignorar fontes de estimulação constante”, explica a startup de coaching de desempenho BetterUp, por exemplo. “Fazer pausas muito pequenas e redirecionar sua atenção para outro lugar pode melhorar drasticamente a concentração mental depois disso”.
“Na próxima vez que você estiver trabalhando em um projeto, faça uma pausa quando começar a se sentir paralisado. Movimente-se, converse com alguém ou até mesmo mude para um tipo diferente de tarefa. Você voltará com uma mente mais focada para manter seu foco”, sugere a BetterUp.
Da mesma forma, estudos de registo de tempo mostram que os funcionários mais produtivos são, na verdade, aqueles que fazem pequenas pausas regulares, e não aqueles que trabalham horas ininterruptas.
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Daniel Goleman se debruçou sobre o tema em um de seus livros mais recentes, cujo título é justamente “Foco”. Goleman aborda o tema também ao longo do curso de Liderança e Inteligência Emocional que criou e o Administradores Premium trouxe ao Brasil.
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Por Anna Dulce