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Fracassos ajudam no aprendizado e isso vale também para o mundo corporativo

  • Foto do escritor: Cooperfrente
    Cooperfrente
  • 26 de jul.
  • 3 min de leitura
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Pode até parecer que não, mas os fracassos são essenciais para o aprendizado. A psicóloga Carol Dweck, da Universidade de Stanford, destacou em suas pesquisas sobre a “mentalidade de crescimento” que acreditar no desenvolvimento de habilidades faz toda a diferença. Essa visão torna as pessoas mais resilientes frente às dificuldades, porque os erros deixam de ser falhas definitivas e passam a ser oportunidades de aprendizado. Cada erro funciona como um “feedback” que aponta o que precisa ser ajustado e como melhorar.


Ao aprender algo novo no trabalho, como liderar uma equipe ou usar uma ferramenta tecnológica, os erros cometidos no início servem como mapa dos pontos que precisam de atenção. Essa informação é poderosa, pois ajuda a direcionar o esforço para corrigir e fortalecer exatamente onde é necessário.


Além disso, enfrentar desafios que estão um pouco acima do nível atual de habilidade faz com que o cérebro se adapte e crie novas conexões neurais. Esse processo, chamado plasticidade cerebral, permite a reorganização cerebral e a busca por novas soluções para os problemas. Embora essas situações possam ser desconfortáveis no início, são elas que realmente solidificam o aprendizado. O que antes parecia complicado ou até impossível, com o tempo, se torna algo natural e intuitivo.


Certos momentos marcantes ficam tão vivos na memória que podem ser lembrados com detalhes mesmo depois de anos. Isso acontece porque a amígdala, parte essencial do cérebro, tem papel fundamental na consolidação de memórias ligadas a emoções. O neurocientista James McGaugh demonstrou que eventos carregados de emoção são mais fáceis de lembrar, pois a amígdala reforça a fixação dessas memórias. Por isso, uma vitória inesquecível ou um grande susto ficam tão presentes na mente.


Entretanto, nem toda emoção colabora com o aprendizado. O estresse, principalmente quando prolongado, pode ser grande obstáculo. Níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse, enfraquecem as conexões no hipocampo, região do cérebro responsável por armazenar memórias de longo prazo. O neuroendocrinologista Bruce McEwen denominava esse fenômeno de “toxicidade neural”, quando o estresse crônico pode até reduzir a capacidade do cérebro de aprender e lembrar informações.


Diante disso, surge uma questão importante: como criar um ambiente propício ao aprendizado e emocionalmente positivo? Pesquisas indicam que, quando as pessoas se sentem valorizadas e motivadas, o aprendizado e a retenção de informações melhoram significativamente. Isso tem relação direta com o funcionamento do cérebro: em ambientes positivos ocorre a liberação de dopamina, neurotransmissor associado à sensação de recompensa. A dopamina melhora o humor e fortalece as conexões entre os neurônios, facilitando a assimilação de novas informações. Um exemplo prático disso é o uso de histórias ou situações que tenham ligação com a realidade. Quando o conteúdo ensinado possui utilidade prática e relevância, o cérebro presta mais atenção e grava melhor as informações.


Outro fator relevante é a valorização do esforço em vez do resultado final. Quando errar e tentar novamente são encarados como parte natural do processo, há mais liberdade para explorar novas ideias e habilidades. Esse tipo de ambiente incentiva a coragem de enfrentar desafios e buscar soluções criativas. Momentos desafiadores, mesmo que desconfortáveis no início, estimulam o cérebro a se adaptar e criar novas conexões, promovendo crescimento.


No contexto corporativo, um ambiente de trabalho onde todos se sintam livres para compartilhar ideias, mesmo que ainda não estejam completamente refinadas, favorece a inovação e transforma os erros em oportunidades de aprendizado e melhoria. Quando errar deixa de ser um tabu e passa a ser visto como um passo natural na busca pelo aprimoramento, o aprendizado se torna mais rápido e eficaz. O cérebro percebe que está em um ambiente seguro e focado no crescimento, o que contribui para um pensamento mais claro, decisões mais acertadas e melhores resultados.


Por Charles Betito

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