
Você sabia que, no ano passado, as tentativas de golpes financeiros nas compras online aumentaram 53,6%, segundo a Clearsale? Sabia que, de acordo com a Febraban, ataques do tipo phishing dobraram entre 2020 e 2021? Além disso, neste ano, têm ocorrido, em média, 17 mil tentativas de golpes por dia, conforme dados da Psafe.
A questão é que ninguém está completamente livre de ser vítima desses tipos de ataques. Mas é possível, sim, prevenir-se para tentar evitar golpes financeiros.
Por isso, neste artigo, nós queremos te explicar quais são os golpes mais comuns, como impedí-los e o que fazer caso você ou algum conhecido seu caia em uma dessas armadilhas.
Confira:
Golpes mais comuns e como evitá-los
Phishing
Trata-se do roubo de dados feito quando o usuário clica em um link ou baixa um arquivo (enviado, em geral, por e-mail ou SMS).
“Os casos mais comuns de phishing são e-mails recebidos de supostos bancos com mensagens que afirmam que a conta do cliente está irregular ou o cartão ultrapassou o limite ou que necessita revalidar seus pontos nos programas de fidelidade, atualizar token ou ainda que existe um novo software de segurança do banco que precisa ser instalado imediatamente pelo usuário”, alerta a Febraban.
Como evitar:
Antes de tudo, duvide de e-mails e SMS como os aqui mencionados. Não clique em links nem baixe arquivos suspeitos. Confira o endereço de e-mail ou número de telefone e, se considerar necessário, entre em contato com o seu gerente ou instituição financeira para verificar a informação.
Golpe do boleto falso
Os golpistas costumam enviar por SMS, e-mail ou até pelo correio um boleto que você supostamente “deve” pagar. A questão é que o boleto pode – ou não – ser de uma empresa com a qual você possui uma dívida ou pode ainda ser um boleto do MEI, por exemplo. Ainda assim, há o risco de roubo de dados e do seu dinheiro.
Como evitar:
Fique de olho nas contas que você realmente tem que pagar e desconfie de boletos recebidos por mensagem. Na dúvida, acesse o site da empresa e busque por aí o boleto verdadeiro ou entre em contato com a empresa para verificar o envio. No caso de quem é MEI, o DAS (único pagamento mensal que deve ser realizado) está disponível online na plataforma do Simples e pode inclusive ser colocado em débito automático.
Golpe do falso motoboy
Uma pessoa te liga dizendo ser funcionário do seu banco e afirma que seu cartão foi clonado. Em alguns casos, pede que você digite a senha no telefone. Em seguida, diz que um motoboy passará para buscar o cartão e que será enviado um novo para você. Dessa forma, seu cartão pode ser roubado.
Como evitar:
Antes de tudo, é bom saber que “nenhum banco pede o cartão de volta ou envia qualquer pessoa ou portador para retirar o cartão na casa dos clientes”, alerta a Febraban. Portanto, desconfie desse tipo de ligações. Se tiver dúvida, desligue e use outro aparelho para chamar sua instituição financeira e verificar. De qualquer forma, o mais recomendável é nunca entregar nem emprestar seu cartão.
Clonagem de WhatsApp
Os golpistas descobrem o nome e o número da vítima e cadastram em um aparelho. Quando o app solicita o código enviado por SMS, eles enviam uma mensagem para a vítima fingindo se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro e pedindo o código. Feita a clonagem, os golpistas passam a enviar mensagens aos contatos da vítima solicitando dinheiro.
Como evitar:
Uma das medidas mais indicadas para evitar a clonagem é ativar no próprio WhatsApp a “verificação em duas etapas”. Basta entrar no app, clicar em "Configurações/Ajustes", depois em "Conta" e logo em "Verificação em duas etapas" e cadastrar uma senha que será periodicamente solicitada pelo app. “Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitada em links recebidos”, orienta a Febraban. Além disso, antes de transferir dinheiro para qualquer parente ou amigo que mande mensagens pedindo sua ajuda, ligue para a pessoa (pelo telefone e não pelo app, ou vendo-a pela câmera) e verifique a veracidade do pedido.
Golpe do leilão
Seja por mensagem (e-mail, SMS) ou mesmo em sites próprios, os golpistas criam um suposto leilão, oferecendo produtos a um preço muito baixo. Os interessados em participar devem preencher dados e transferir um valor para a conta dos supostos leiloeiros. Tanto os dados como o dinheiro podem acabar sendo roubados.
Como evitar:
Antes de tudo, desconfie de ofertas absurdas. Se um produto custa R$ 5 mil como poderia ser vendido por R$ 500, por exemplo? Não clique em links suspeitos. Verifique a confiabilidade dos sites de leilão lendo a avaliação de outros usuários e buscando informações na internet. Além disso, nunca forneça seus dados sem antes verificar a confiabilidade da instituição ou pessoa.
Proteja seus dados
Algumas dicas simples que podem ajudar a evitar golpes financeiros e proteger seus dados de qualquer ataque:
Use antivírus no computador e também no celular e/ou tablet e mantenha o programa atualizado;
Faça as atualizações de sistema recomendadas por seus aparelhos;
Não utilize seus dados pessoais (aniversário, identidade, etc.) em suas senhas;
Troque periodicamente todas as suas senhas;
Não revele ou empreste suas senhas (do cartão, do e-mail, etc.);
Não utilize a mesma senha para tudo;
Ative em seus aplicativos a verificação em duas etapas (ou autenticação de dois fatores), que conta com uma segunda camada de segurança no acesso;
Para acessar seu smartphone, prefira a biometria ou reconhecimento facial (se possível) e, como segundo fator, prefira configurar uma senha do que um padrão de desenho;
Não baixe arquivos pirateados ou desconhecidos;
Não clique em links suspeitos;
Não forneça seus dados sem antes verificar a veracidade e confiabilidade da promoção/empresa;
Para compras online, prefira usar um cartão virtual.
Investimentos milagrosos e outras ciladas
Investir o seu dinheiro é uma das melhores formas de fazê-por render mais. Mas é preciso estar atento à confiabilidade da instituição junto a qual você investe e é recomendável desconfiar de propostas milagrosas.
Um dos golpes financeiros que vale a pena comentar nesse sentido é o esquema da pirâmide. Disfarçado de negócio, esse esquema não está focado da venda de produtos, mas sim na adesão de novos membros. Em alguns casos nem existe um produto ou o preço é inviável para sustentar o negócio. Além disso, o “topo” não recompra o estoque não vendido e o vendedor pode acabar ficando no prejuízo.
A pirâmide não deve ser confundida, porém, com o marketing multinível. Nesse caso, o foco do negócio é realmente vender um produto por um preço viável, e o “topo” recompra o estoque não vendido. Por isso, trata-se de uma prática legal. Mas é importante verificar essas diferenças antes de investir em algo assim.
Outro golpe cada vez mais comum é o que atrela os investimentos (principalmente na Bolsa) a rentabilidades milagrosas.
Normalmente, os golpistas apresentam-se como investidores experientes, chegam até a mostrar gráficos manipulados e depoimentos falsos, prometendo que você também pode ter ganhos similares.
O professor Eduardo Mira, analista CNPI, alerta: “O único investimento que pode garantir alguma rentabilidade é a renda fixa, e não existe renda fixa que pague 10% ao mês” e comenta ainda que nos investimentos em renda variável (como na Bolsa) não pode ser dada nenhuma garantia, prática que, aliás, é proibida pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O ideal, portanto, é pesquisar bem e verificar a confiabilidade de profissionais e/ou instituições antes de fazer qualquer investimento, lembrando que ninguém cuida melhor do seu dinheiro do que você mesmo.
Caí em um golpe. E agora?
Infelizmente, essa é uma dúvida cada vez mais comum, já que os golpes financeiros têm se multiplicado nos últimos tempos. Existe até quem se sente culpado por ter sido vítima de um golpe. Mas lembre-se: a culpa é do golpista. E você pode procurar a ajuda das autoridades.
Se você caiu em golpe, comece registrando um boletim de ocorrência (BO). Pode ser pela internet mesmo. Busque por "boletim de ocorrência” e o nome do seu estado para encontrar o site da polícia estadual. Verifique se a conexão é segura (olhe o cadeado fechado ao lado do endereço da página), preencha e imprima o documento.
Em alguns casos, é necessário dirigir-se até uma delegacia para ter a assinatura de uma autoridade no BO ou tomar alguma providência cabível.
Em seguida, você pode entrar em contato com sua instituição financeira para tentar reverter alguns problemas: cancelar o cartão, se for o caso, ou tentar recuperar o dinheiro. Mas é bom saber que a instituição financeira não é obrigada a ressarcir seus prejuízos, principalmente, se foi você mesmo que pagou ou enviou o dinheiro.
De qualquer forma, de acordo com a Febraban, cada instituição tem uma política para esses casos e, normalmente, cada caso é analisado individualmente. Então, vale a pena entrar em contato o quanto antes.
Ainda assim, prevenir-se continua sendo a estratégia mais aconselhável para não cair em novos golpes financeiros. Fique atento, desconfie de possíveis ataques, verifique sempre e proteja-se.
Por Guia de Bolso
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