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Ciclo de Kolb: como aprender com erros e objetivos não cumpridos?



Já explicamos o que é um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), um dos mais importantes recursos de autodesenvolvimento, e como ele pode te ajudar a alcançar os seus objetivos pessoais e profissionais – desde a tão sonhada promoção até a aprovação em uma universidade estrangeira. Se você já utilizou a ferramenta, é hora de aprender o que fazer com os resultados do seu plano.

Para entender o que aconteceu ao longo de sua experiência com o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), é fundamental refletir sobre os seus erros e aprendizados.

Como começar a reflexão?

Imagine os objetivos de seu PDI. Após começar a colocá-lo em prática, com suas tarefas e deadlines, pare para pensar. Os desafios foram realmente… Desafiadores? Conseguem de fato te ajudar a desenvolver a competência desejada? O que aprendeu com eles, acertando ou errando?

“É importante saber que aprendemos quando um desafio funciona e também quando não funciona”, diz Stephanie Crispino, coach responsável pela idealização do programa Catálise, do site Na Prática. Para isso, é preciso estar realmente presente e atento na hora da ação – não adianta só cumprir tabela. É o único jeito de conseguir material para uma reflexão de qualidade, que depois se torna insumo para aprendizados profundos.

“Eu posso e devo fazer esse tipo de reflexão constantemente para desenvolver competências, sejam elas novas ou já existentes”, ela explica.

Ciclo de Kolb

Outra ferramenta que pode te ajudar na reflexão sobre os seus aprendizados é o Ciclo de Aprendizagem de Kolb, garante Stephanie. “Através dele, você vai entender qual é sua própria forma de aprender e então aprender cada vez melhor.”


Criado pelo teórico de educação americano Charles A. Kolb – mestre e doutor pela Harvard University –, o modelo surgiu no início dos anos 1970 como guia para o processo de aprendizado. Sua estrutura é cíclica e segue uma matriz dividida em quatro quadrantes: experiência concreta (ou simplesmente “agir”), observação reflexiva (“refletir”), conceitualização abstrata (“conceitualizar”) e experimentação ativa (“aplicar”).

Passar por cada um deles é uma forma de refletir sobre o seu aprendizado. A seguir, Stephanie explica um pouco mais sobre cada etapa:

1. Agir

É o momento de realmente entender a experiência, o que vai servir de base para a reflexão. Significa estar verdadeiramente presente nas experiências da vida e saber os fatos e situações pelos quais você passou.

2. Refletir

Comece a pensar sobre o que se passou. Quais eram seus sentimentos e emoções? Se houve um desentendimento, por que se deu? Sob quais circunstâncias? Como você se comportou e como outros se comportaram?

Pense nos problemas e situações do seu PDI usando sentimentos e dando ênfase a paciência, julgamentos cuidadosos e habilidade para entender diversos pontos de vista. Aqui, já é possível começar a criar possibilidades de por que algo aconteceu daquela maneira e ampliar seu quadro de entendimento.

3. Conceitualizar

O aprendizado situacional da etapa anterior, centrado no momento de uma experiência, pode ser ampliado em um grande aprendizado. Se a experiência foi um ruído comunicacional com um chefe, por exemplo, e você chegou a conclusão de que tem a ver com o jeito que você empregou as palavras, é possível extrapolar o aprendizado em uma a lição que vale para diferentes campos – no caso, decidir comunicar-se de maneira mais eficaz no futuro ao entender seu público e adaptar sua mensagem.

Esse é o momento de pensar nas questões do seu PDI de forma mais lógica e sistemática. O entendimento é baseado na compreensão intelectual de uma situação, com alto nível de abstração.

4. Aplicar

Coloque o que você aprendeu em prática, buscando exercitar o aprendizado de forma ativa. É o momento de você gastar tempo com experimentações, influenciando e mudando variáveis em diversas situações. Formule hipóteses e verifique se elas fazem sentido.

Como usar o Ciclo?

“Aplicar o ciclo à cada situação do PDI é uma boa forma de não apenas dar um tique na lista, mas extrair aprendizados, usá-los, reutilizá-los e assim melhorar cada vez mais.” Para utilizar o Ciclo de Kolb como guia da sua reflexão sobre aprendizados, você pode analisar o PDI sob a ótica de cada uma das etapas, extraindo assim o máximo aprendizado.

Outra vantagem é que, aplicando o Ciclo, você também pode entender melhor qual o seu estilo de aprendizagem. Olhe para os resultados e pense bem: qual das quatro estratégias de aprendizagem funcionou melhor para você? Conhecer o seu estilo de aprendizagem pode ser muito últil para intensificar o seu processo de autodesenvolvimento.

Pit stop

É como a coach define esse momento de análise. “A capacidade reflexiva é o processo que utilizo para solucionar problemas e um pré-requisito para ampliar minha capacidade de aprender a aprender”, resume. Por isso, o ideal é passar pelo ciclo sempre que achar necessário.

E ele funciona como uma espiral ascendente, sempre positiva. “Quando eu voltar ao ponto inicial será num nível diferente, com novas reflexões, conceitos e aplicações”, conclui. Sempre melhorando.


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