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Dilemas de carreira: como fazer mudanças sem abrir mão dos sonhos


A busca por assertividade nas tomadas de decisões muitas vezes traz a percepção de que é preciso fazer uma escolha que perdure – como um estudante que presta um vestibular acreditando que seguirá a carreira escolhida até o último dia de sua vida.


Porém, assertividade não precisa ser estática. Para Uranio Bonoldi, escritor e especialista em tomada de decisão, é completamente natural e necessário ter uma postura aberta às adaptações a novas circunstâncias e fazer mudanças no percurso profissional, mantendo ou se aproximando ainda mais dos seus princípios e valores.


“Às vezes, é necessário fazer concessões e mudar algumas rotas naquilo que havia sido planejado, porque o mundo muda o tempo inteiro. Hoje, um mercado pode estar bem, com muitas vagas abertas e oportunidades de sucesso na sua área, e amanhã a realidade será outra. É importante saber enxergar essas mudanças situacionais para não insistir em caminhos que não têm mais as mesmas perspectivas de antes”, aconselha Bonoldi.


Em seu livro Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios, o especialista defende que as escolhas feitas no campo profissional ou em quaisquer outras áreas devem equilibrar as situações externas e os objetivos, gostos, preferências e a identidade da pessoa.


“Bem ou mal, devemos reconhecer que não vivemos no mundo dos sonhos. Não podemos fazer só aquilo que queremos, temos que ter os pés no chão e fazer escolhas racionais. A grande questão é que, quanto mais conhecermos a nós mesmos, reconhecendo nossos talentos, aptidões, planos e nossas vontades, mais capazes nos tornamos de reconhecer caminhos alternativos que nos mantenham próximos daquilo que realmente gostaríamos de fazer”, pondera.


Bonoldi, que também é autor da série de ficção A Contrapartida, cita que esse dilema costuma ser comum em profissionais do campo cultural. “Muitos às vezes sonham em viver de arte, mas esse é um caminho difícil, pouco acessível para uma grande parcela da população. O que se pode fazer? Observe que outros trabalhos você pode realizar paralelamente que te permitam ter uma renda fixa e garanta recursos para investir em sua arte. Ou então, escolha trabalhar em áreas correlatas, como marketing, eventos, jornalismo, etc., para ampliar as possibilidades. Não estou sugerindo que se perca o foco, mas que se façam adaptações e se pense de forma mais ampla para agir de maneira mais estratégica, menos idealista e emocional”, defende.


O autor reconhece que é possível persistir em um plano de carreira decidido previamente, mas alerta que se paga um preço por isso – e pode ser alto. “A questão que fica é: você está disposto a lidar com as consequências de insistir em um caminho que tem poucas chances de sucesso no curto/médio prazo? Você vai bancar a decisão, ser disciplinado, persistente e se esforçar para fazer dar certo? Se a resposta for sim, então siga em frente. O que não pode ser feito é agir de forma ingênua, acreditar num mundo de idealizações que não existe e acabar se frustrando por isso. Estude o mercado, analise a viabilidade dos seus planos e decida por aquilo que mais fizer sentido para você”, finaliza.


Por Redação

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