Tempo. A palavra se tornou praticamente um mantra no mundo corporativo e representa um dos commodities mais valiosos para profissionais dos mais diferentes setores. Falta de tempo, tempo corrido, dias com mais horas. As expressões são inúmeras, mas representam uma mesma mensagem “tenho muitas coisas para fazer em um tempo curto demais”. “É claro que existe um cenário mais amplo a ser analisado. Temos a revolução digital, que estabeleceu uma profusão de informações, interrupções e equipes mais enxutas, devido à automação de processos. Temos também a questão econômica, com o acúmulo de cargos e funções. São aspectos que estão aquém do profissional. Mas também existe uma parte deste cenário onde quem busca se diferenciar no mercado de trabalho pode focar: o aumento da eficiência”, analisa Renata Arrepia, master coach da SBCoaching.
A eficiência pode ser trabalhada em diversos âmbitos, como, por exemplo, a priorização de tarefas e a delegação. “Pouco se aborda a relação de eficiência profissional com tomada de decisões. Um líder que decide com rapidez, sem deixar de avaliar as opções, gera um grande impacto em uma equipe. Ele inspira a todos a procurarem esta eficiência em suas alçadas, porque estes profissionais sentem os benefícios antes”, explica a especialista.
Infelizmente, o Brasil é tido como um país que tem muito a melhorar em termos de eficiência e produtividade per capita. Pesquisa recente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) apontou que o brasileiro leva 1 hora para produzir o que o americano faz em 15 minutos. Segundo estudo realizado pelo banco CreditSuisse, a produtividade das empresas brasileiras ficou estagnada 35 anos, no período acumulado de 1985 a 2016.
Nem o aumento da escolaridade ajudou o aumento dos índices de eficiência e produtividade dos profissionais brasileiros, conforme demonstrou pesquisa realizada por Ricardo Paes de Barros, economista chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper. Entre 1980 e 2010, cada ano de estudo a mais representou um aumento extra de produção de US$ 200,00, número bem inferior ao Chile, em que profissionais cada ano a mais de estudo geraram mais US$ 3000 em produção, e a Coréia do Sul, que registrou US$ 6800,00. Produtividade é a expressão da eficiência de qualquer negócio.
Como ser mais eficiente ao tomar decisões
A seguir, Renata Arrepia lista cinco dicas pontuais para que os profissionais aumentem sua performance nas tomadas de decisão. “A postura assertiva está intimamente ligada com eficiência e produtividade, por isso este perfil é bastante procurado no mercado”.
Lembre-se de que tempo é dinheiro
Bem básica, esta dica é também um ditado popular. A questão é que, na aplicação, o básico é esquecido. Muitas vezes decisões são postergadas com a alegação de que não é possível cometer erros, porém nem sempre o tempo é usado para continuar a análise, mas procrastinar uma atividade que não é confortável ou agradável como outras.
Limite suas opções
Avaliar o cenário com um olhar amplo não significa mergulhar em um emaranhado de alternativas, que passam a funcionar como um pântano. Quanto mais você se movimenta, mais afunda e não consegue retornar para a superfície. Aproveitando a imagem figurativa, procure um mirante que lhe garanta uma visão de 360 graus do ambiente, mas não te aprisione. Exerça a objetividade ao determinar quais serão as opções a serem consideradas. Lembre-se do tempo.
Avalie os riscos e benefícios de cada alternativa
Tomar decisões com rapidez, não significa deixar de lado a responsabilidade, a cautela. Nenhum profissional vai se destacar no mercado fazendo “uni-duni-tê”. Mas é possível ponderar riscos e benefícios de forma bem eficiente. Grandes executivos e empresários são especialistas nisso. Cometem erros? Sim. Todo mundo comete. E comete também demorando. Ou seja, tomar decisões com rapidez não é justificativa para ser fálico. O objetivo é assertividade.
Ouça a sua intuição
Intuição não é mágica, nem dom. É uma pesquisa ultra veloz que nosso cérebro, uma espécie de processamento das informações e experiências que temos armazenados no subconsciente e entrega o resultado de forma consciente, mas sem explicações, contextos. Você não sabe explicar, mas tem uma intuição em relação a tal decisão. Leve em consideração, porque isso tem a ver com sua bagagem profissional.
Leve em consideração os seus valores pessoais
Não se trata de misturar preferências e crenças pessoais com tomadas de decisão corporativas. Por outro lado seguir um código de ética e conduta é muito bem-vindo ao profissional que busca destaque e respeito no mercado de trabalho.
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